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Momento DiVino "Gerações e vinho: uma relação em transformação" 09/05/25 - A Tribuna Jornal - Santos
MOMENTO DIVINO 09-05-2025

Santé! O consumo global de vinho está diminuindo? Sim. Mundialmente, e especialmente entre os mais jovens. A geração Z, ou zoomers (nascidos entre 1997 e 2012), gasta pouco do seu dinheiro com vinhos. Já a geração Y, ou millennials (1981 a 1996), investe um pouco mais e valoriza uma boa garrafa. Ainda assim, a indústria do vinho, indiscutivelmente, se sustenta até hoje graças à geração baby boomer (pós-guerra), já envelhecida — fato inegável. Nos últimos anos, o que se percebe é uma queda geral no consumo da bebida.


Em geral, jovens por volta dos 30 anos começam a apreciar o vinho, escolhendo-o para acompanhar uma pizza com amigos ou para celebrar momentos especiais. No entanto, essa tendência vem se mostrando menos intensa, talvez pela falta de atenção da indústria a esse público, que é o futuro do setor. O marketing atual parece não atingi-los com eficácia.


Os drinques prontos, as bebidas destiladas e a cerveja representam uma concorrência fortíssima. Além disso, o mercado hoje oferece muitas opções voltadas à saúde, sabores variados (com ou sem álcool), produtos mais sustentáveis — e tudo isso impulsionado por influenciadores e microinfluenciadores que ditam tendências em comunidades jovens.


A crise global do custo de vida, o aquecimento do planeta, a nova normalidade pós-pandemia e a ausência de uma cultura regional mais forte em torno do vinho também influenciam a decisão desses jovens consumidores.


Outro ponto relevante: os jovens não querem ver o vinho como símbolo de status, elitismo ou algo “chique”, como foi (e ainda é) por muitos. Para eles, o vinho deve ser sustentável, saudável, simples e fácil de beber — um complemento para momentos de lazer, não o protagonista da noite.


Ainda assim, há uma parcela significativa de jovens, entre 25 e 40 anos, que busca conhecimento, visita vinícolas no Novo e Velho Mundo e se torna enófila. Mas é preciso entender que, para a maioria, o vinho é apenas mais uma opção entre tantas outras bebidas.


Enquanto os eventos de vinho costumam atrair um público mais maduro, que valoriza o vinho como estrela da ocasião, os jovens preferem vivê-lo como coadjuvante. Eles não querem se aprofundar em toda a filosofia de uma garrafa — pelo menos, não de imediato.


Eu, aqui divagando, degustando um vinho do Porto… Ah! O vinho entrou na minha vida há tempos. Quando menina, as viagens à Serra Gaúcha, admirando os vinhedos, me encantaram. Lembro bem daquele garrafão à mesa nas festas de família. E aquele livro sobre vinhos, que ganhei aos 40 anos, me trouxe até aqui. Já são mais de 20 anos envolvida com o tema, e sempre me propus a popularizar essa bebida.


O vinho é uma bebida natural. Lá na pré-história, cachos de uva num recipiente deram origem, de forma espontânea, ao que hoje conhecemos como fermentação — quando o açúcar da fruta se transforma em álcool. Ou seja: o vinho aconteceu. Não foi inventado nem fabricado.


Apresentar o vinho e suas nuances aos jovens é dar a eles a chance de conhecer, além da bebida pura e natural, um universo de famílias vinhateiras, viticultores, técnicos e enólogos que transformam a uva nesse néctar líquido. Oxalá a juventude descubra que cada garrafa traz cultura, história, geografia e muita filosofia. Apreciar um bom vinho faz bem à alma — e, com moderação, à saúde também.


Feliz Dia das Mães e até a próxima taça!


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